segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Inimigos do Oceano



O oceano fornece-nos, entre muitas outras coisas, alimento. No entanto, se não tivermos cuidado, isso poderá mudar. De forma a alertar a comunidade escolar para os problemas que assolam os nossos oceanos, o grupo d’ O Mescla aliou-se a uma iniciativa de sensibilização da organização Greenpeace. Para tal, foi projectado o filme “O fundo da Linha”, um mini documentário que retrata um agressivo tipo de pesca (ao qual podem assistir nesta página). A actividade decorreu no dia 15 de Dezembro do passado ano e foram convidadas quatro turmas da comunidade escolar.
De forma a analisar o conhecimento da sociedade relacionado com este tema, decidimos distribuir inquéritos aquando da projecção do vídeo. Nos dados recolhidos, pudemos constatar que a maioria dos inquiridos considera a destruição dos oceanos provocada pelas actividades piscatórias uma realidade, e a insuficiente legislação uma das causas. Uma maior aposta na fiscalização deste tipo de actividades é apontada como possível solução pela maioria dos alunos a quem foi posta a questão. Os resultados integrais podem ser consultados nos gráficos abaixo.
A pesca de arrasto é uma das pescas mais destrutivas praticadas actualmente e consiste no arrastamento de gigantescas redes ao longo do fundo do mar. Presas a estas redes movem-se grandes placas metálicas e rodas de borracha, que esmagam tudo por onde passam, nomeadamente florestas de corais ancestrais e outros ecossistemas bastante delicados. Desta forma, todas as formas de vida existentes no fundo do oceano são arrancadas ou esmagadas, seguindo-se uma extremamente lenta recuperação (centenas de anos), se alguma vez recuperarem. No documentário exibido, esta prática é comparada a cortar uma floresta inteira apenas para capturar os animais que nela vivem.
No entanto, os inimigos dos nossos oceanos não ficam por aqui: a pesca acidental provoca a morte de 300.000 baleias, golfinhos e atuns em todo o mundo. O aperfeiçoamento das técnicas piscatórias está a provocar uma sobrepesca, que ameaça as reservas de peixe. Segundo o especialista em pescas canadiano Dr. Daniel Pauly, se este ritmo de pesca continuar, os nossos filhos vão alimentar-se de medusas.
Além de divulgar os problemas, temos também como dever sugerir medidas e comportamentos que possam ajudar a minimizá-los. A primeira linha de acção deve partir dos nossos governos, sendo importante que reservem cerca de 40% dos oceanos como reservas marinhas, zonas do oceano em que é proibida a exploração de recursos, tanto vivos como não vivos. No entanto, também podemos fazer a nossa parte na resolução deste problema. Existe uma série de peixes que não devemos consumir porque encontram-se em risco de extinção.

A lista destes “peixes vermelhos” encontra-se disponível no seguinte endereço: http://www.greenpeace.org/raw/content/portugal/relatorios/lista-vermelha-peixes.pdf.

Para os mais sensibilizados, podem acompanhar as acções desta organização no seguinte endereço:
http://www.greenpeace.org/portugal/oceanos.

Os oceanos têm ainda muito para dar, tudo depende de nós.
Convém relembrar que o fundo dos oceanos permanece inexplorado e que “é como fazermos explodir Marte antes de lá chegarmos”.















Em termos gerais, os alunos inquiridos revelaram um vasto e real conhecimento sobre o perigo da pesca de arrasto demonstrando estar a par da actualidade. A maioria dos alunos acha que deveria haver uma acrescida aposta na fiscalização para que práticas ilegais e prejudiciais para o fundo marinhos sejam banidas. De facto, todos chegaram a um consenso de que é URGENTE a preocupação com o fundo marinho!

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