segunda-feira, 24 de maio de 2010

A outra face das redes sociais


A Internet revolucionou a nossa sociedade e com ela chegaram as redes sociais que mudaram profundamente a forma como nos relacionamos. Desde amizades a relações amorosas, os protocolos foram renovados e por vezes nem incluem qualquer tipo de contacto pessoal.
Actualmente, a rede social que conta com um maior número de utilizadores é o Facebook, seguindo-se o Myspace e o Twitter. No passado Dezembro de 2009, a rede social número um dos cibernautas foi visitada por 206.9 milhões de visitantes, sendo a quarta página da internet mais visitada nos EUA. A sua criação remonta a 2004, num dormitório de Harvard, e começou por ser restrita aos estudantes da universidade e apenas em 2006 foi aberta a toda a população mundial. Hoje em dia até a conceituada empresa de Bill Gates, Microsoft, faz parte da lista de accionistas do website que já foi mais visitado que o todo-poderoso Google.
Mas apesar de toda a diversão e oportunidades de relacionamento social que as redes sociais oferecem, existem também diversas contrapartidas associadas à sua utilização. Comecemos pelos perigos que não são exclusivos desta actividades, mas sim comuns ao da utilização da internet e do computador em geral. O sedentarismo resulta muitas vezes em obesidade, uma doença que se está a tornar característica do século XXI, atinge cada vez mais pessoas e cada vez mais cedo na vida do indivíduo. Os problemas de visão associados às longas horas passadas em frente ao ecrã também são outra preocupação que devemos ter em conta.
A privacidade, uma verdadeira relíquia nos dias que correm, pode também ser ameaçada pela utilização de redes sociais. As receitas provenientes da publicidade por vezes não são suficientes, e as empresas responsáveis pelos websites vendem os dados pessoais fornecidos pelos utilizadores a empresas de marketing. Desta forma, a sua caixa de email pode ser invadida com imensos convites ao consumismo, alguns até duvidosos e demasiado generosos.
O contacto com a Internet e com as redes sociais dá-se cada vez mais cedo, sendo até estimulado nas escolas. No entanto, apesar dos benefícios que traz para a educação, pode também prejudicar a imaginação e a criatividade. Irão os jogos de computador substituir os jogos infantis, como as “escondidinhas”, a “apanhadinha” e tantos outros que preenchem as memórias da minha infância? Espero sinceramente que não, pois o contacto humano real e com a natureza é essencial para a formação se indivíduos saudáveis mental e fisicamente. Porém, os perigos que espreitam fora de casa intimidam os pais, sendo compreensivelmente difícil deixá-los sair sem garantias de segurança. Mesmo no que toca aos adultos, acho preocupante a preferência pelo relacionamento virtual em detrimento do relacionamento convencional, seja ele de que natureza for. Corremos o risco de acordar um dia e descobrir que não há mais Internet nem computadores, e de nos apercebermos que não temos nada de palpável na vida pois tudo aquilo que preenchia a nossa rotina diária está perdido no mundo virtual.
Como estas redes sociais são acessíveis ao público em geral, sem qualquer tipo de restrição, nunca sabemos quem pode estar do outro lado, fingindo ser outra pessoa. Os predadores sexuais são uma das maiores preocupações que advêm deste novo contacto social, principalmente quando se trata de jovens adolescentes. As abordagens surgem das mais diferentes formas e por vezes podem ser bastantes convincentes levando a vitima a comparecer a um encontro, que na maior parte das vezes acaba em rapto para os mais diversos e macabros fins.
Assim sendo, considerando todos os perigos referidos, eu sugiro uma utilização racional da Internet e das redes sociais. Para isso, devemos estar alertas dos perigos que espreitam no mundo virtual e tomar as devidas precauções para que possamos desfrutar do melhor que este tem para nos oferecer, porque os benefícios, apesar de aqui não mencionados, certamente ultrapassam as desvantagens num universo em que tudo é possível.

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