domingo, 16 de maio de 2010

“E quê vai uma passa?”

“Droga passa a ser a nova moda do século XXI”. Creio que, mais cedo ou mais tarde, este título estará estampado nas primeiras páginas de todos os jornais, infelizmente. Vai-se presenciar uma nova e pestilenta epidemia, onde toda a preocupação dos governantes estará voltada na tentativa de travar o uso de drogas e a sua disponibilização a reduzidas faixas etárias. Dramático a mais? Não me parece.
Despreocupa-me as percentagens, os estudos, as raças, as condições sociais, a nacionalidade. Preocupa-me antes a idade, a banalização, a rápida procura e o fácil encontro, o dinheiro, a generalização para um consumo compulsivo, errado, doentio. Assusta-me ouvir falar em crianças, sim, crianças com treze anos estarem viciadas em crack, cocaína ou heroína.
Os narcóticos desde sempre fizeram parte de uma grande fatia da sociedade e por mais que se tente, este negócio que movimenta milhões e deixa agarrados outros tantos milhões será sempre impossível de controlar, de travar. Será que uma aposta na sua legalização será a solução? Talvez seja, mas não estaríamos a criar outro problema ao tentar solucionar um?
Não estou nem vou apresentar soluções, mas quero manifestar este inquietante desassossego de que, as drogas em idades cada vez mais precoces não demorarão a passar de uma simples passa, para um hábito, um vício, um “remédio” usada para esquecer, divertir, alucinar, violar, conseguir facilmente obter boas notas, dormir, emagrecer, viver. É preciso agir já, porque as drogas cada vez se tornam mais fáceis de comprar na esquina ao lado, em troca de uns meros tostões, de um pagamento físico, de um roubo, de um homicídio. Quando estes acontecimentos deixarem de ser tão usuais e começarem a acontecer em catapulta, aí talvez nos aperceberemos desta medonha situação e, com certeza, será tarde demais

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